quinta-feira, 21 de agosto de 2008

A Igreja e a "igreja"

Deus disse : "Haja luz!" e houve luz.

Até hoje, não encontrei um "Haja igreja!", mas de fato houve igreja.

Se ao ler isto, você pensa: "Este homem ficou doido? Claro que Deus institui igreja!".

Antes de me atearem fogo, ou cortarem minha cabeça; Existe uma diferença muito grande entre Igreja e igreja.

A Igreja, com "I" maiúsculo, é corpo de Cristo na terra, ela não pode ser classificada em números, não há estatísticas que apontem seu tamanho ou sua abrangência. Dela fazem parte todos aqueles que experimentaram o novo nascimento, em Cristo. Contra ela, "as portas do inferno não prevalecerão", perseguida, ela se espalha e cresce ainda mais. Esta Igreja resplandece, tempera e dá luz ao mundo. Esta Igreja se move em direção ao necessitado sobre pés formosos, toca o próximo com mãos carinhosas, vê a aflição do justo com olhos graciosos e misericordiosos, esta igreja tem sede e fome de justiça. Esta Igreja pensa, reflete, pondera, RE-pensa, chora, ri, se decepciona, cai, levanta, bate a poeira e continua.

Esta Igreja é você.

A igreja, com "i" minúsculo, é a instituição. Ela tem CNPJ, paga contas, tem fornecedores, funcionários e tudo aquilo que é necessário para a sobrevivência de uma empresa, inclusive o lucro. A igreja é aquele lugar com bancos, púlpito, portas e janelas, onde vamos aos domingos. A igreja tem estatuto, tem regras, tem custumes, como um clube recreativo. "Aqui é proibido entrar de bermuda." diz a placa. Seria normal se estivessemos falando de nadar ou jogar bola e não da salvação das pessoas e de como certas "ordenanças piedosas" afastam gente boa e sedenta dos locais onde poderiam ao menos escutar alguma mensagem de Deus que os curasse.
A igreja esqueceu que o "sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado", esqueceu que Jesus dá mais importância ao que o homem é do que à leis e ordenanças, do contrário ele jamais teria curado num sábado. "Ah! Mas você está falando do sábado!" Ora, as ordenanças serão sempre ordenanças, e homens serão sempre homens, e igreja precisa escolher, o homem ou a regra, o coração ou a aparência, a forma ou a essência, a bermuda ou o jovem sedento precisando de misericórdia?

Há uma desvalorização da Igreja e uma super-valorização da "igreja".

Ora, o que seria da igreja se não fosse a Igreja? O problema é que pensamos o contrário disso: "o que seria de mim, se não fosse da"igreja"!?".

Nos sentimos culpados por não irmos a igreja, mas não nos sentimos culpados por não sermos Igreja onde quer que estejamos, triste não?

"Deus não habita mais em templos feitos por mãos de homens." - igreja não é lugar santo, imaculado, o púlpito não é um "oráculo sagrado". Nós somos templos, habitação de Deus, morada do Altíssimo, lugar santo, tabernáculos da Nova Aliança.

Quem tem ouvidos ouça, o que o Espírito diz à Igreja.

Recebam meu carinho e respeito.

Candidato a servo,

Jonathas Chagas.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Entendendo o que não é Graça.

Quando pensamos sobre Graça, quase sempre temos a impressão de que não sabemos nada sobre o assunto.
Se perguntado por um mendigo; "o que é Graça?". Eu responderia, mas ele entenderia? Ou será que eu responderia de fato, afim de que ele absorva de acordo com seu conhecimento? (ou a falta dele). Bom, pode ser que eu nem mesmo saiba responder...

Se perguntado por um Phd em Física Quântica, eu responderia a ele de que modo? Faria uma tese do que é Graça? Esperaria dele uma antítese!? Minha definição teria tópicos, sub-tópicos e conclusão? Eu usaria recursos de tapabilidade no meu discurso?
Se eu fosse refutado, diante da Palavra da Graça, o que faria? Defenderia o "tema" assim com Pedro fez com Cristo, cortanto a orelha do opositor!? Opa, parece que escuto um galo cantando!

Quando pensamos que Graça é um assunto, então é apenas isto que ela se tornará para nós, um conceito que pode ser debatido, dissecado e até refutado.
Quando pensamos que Graça é um livro falando do tema, então é isso que ela se tornará, um punhado de folhas, que abro quando quero e fecho quando me "dá na telha". Sim, estou falando da Bíblia. E sim, abrem bem pouco este livro, e quando o fazem fecham o coração, para que seja apenas leitura.

Quando pensamos que a Graça é uma moeda de troca, como aquelas para máquinas de refrigerante, então é isto que ela se torna, e pior, nos re-torna a hipocrisia. Na prática funciona assim:
"É pecado! Ah! Mas eu quero...quero ver. Não! É pecado! Ah! Mas tem a Graça...."...daí você coloca a mão no bolso, tira uma moedinha pra comprar um latinha de "pecado", afinal de contas "já está pago! Aleluia!", né!?

São muitos modos desfocados de se ver a Graça.

Não entendo a Graça, sou sincero. Talvez porque não seja eu quem entregou um Filho pra morrer por seu inimigo, tampouco fui o Filho que obediente disse "se possível passa de mim este cálice, todavia seja feita a Tua vontade".

Sei o que a Graça não é, simplesmente porque provei seu inconfundível sabor.

Graça não é assunto, é Vida.
Graça não é forma, é essência.
Graça não é mensurável, é Graça!
Graça não é retribuível, é Graça!
Graça não é moeda de troca, isso é Gra-xa, DES-graça.
Graça não é permissiva, é Graça!
Graça não é limitada, é Graça!
Graça não é cega, é Graça!
Graça não é.........tudo que você tem certeza que ela é.

Ao fim deste texto, contradizendo minhas palavras acima, lembrei-me de algo que a Graça é;

UMA PESSOA. JESUS CRISTO.

Segui-O.

Saúdo meu amigo-irmão-companheiro-maltrapilho-agraciado Felipe Cardoso (obrigado pelas palavras de sempre).

Seu servo inútil,

Jonathas Chagas.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Deus contém todas as Igrejas, mas todas não O contém.



"Deus contém todas as coisas porém nada O contém" Santo Agostinho.

Meus "pedregulhos", aqui estou eu novamente!! (esperançoso)
E não foi que pra minha espantosa alegria tinham duas pessoas atrás da pedra? (aquela pra quem eu falei ontem...rs). Um abraço carinhoso aos pioneiros-companheiros-corajosos ; Huldyana Paiva (primeira comentarista do "cristaomaltrapilho"!!) e Héber Lima, obrigado pelos encorajamentos!

Outro dia observei esta foto dezenas de vezes, procurando um centelho de Graça, algo que se revelasse pra mim como sendo Palavra de Deus.

Um peixe, preso dentro de uma jarra de vidro, na beira do mar. Não vejo Graça, vejo Religião.

Santo Agostinho foi um cara que derrubou muitos muros que haviam dentro de mim, acho que estes muros não eram tão fortes como achei que fossem. Eu rotulava a Deus, colocava nEle um limite de atuação, uma placa de Igreja, atribuia a Ele jargões infantis e resoluções infundadas, figurava-o hora como um Pai bondoso, hora como um velho barbudo iracundo. Via Deus ao meu modo, e isto variava de acordo com as estações da minha alma, as oscilações do meu caráter e medos existências.

A Religião tem sua parcela de culpa, mas assumo meu conformismo, que por muito tempo permitiu que enxerga-se o mar imensamente navegável que é Deus, à partir de um prisma limitado por paredes, tijolos, liturgias, formas de culto, moda (costumes) e dieta (não coma isso, não beba aquilo!).

Na jarrinha da Religião pode até haver água para o peixinho não morrer, mas obstante isto, não há espaço pra nadar, pra viver. Ali dentro existe um pedaço do mar, alguns poucos litros, mas que depois de um tempo se tornam água morta, porque não há fluxo, não há Vida.

As paredes da Religião são de vidro, nos permite sermos vistos, nos permite ver, mas não nos permite interagir com o mundo externo. Dietrich Bonhoeffer em O Discipulado conta que o maior surto de Lutero foi quando, diante da manifestação da Graça de Deus, mediante o conhecimento da justificação que só encontramos em Cristo pela Fé, ele "descobre" que a Igreja como instituição histórica era "mundo", e que ele não deveria se conformar com este mundo, mesmo sendo igreja.

Somos o sal e a luz do MUNDO. Enquanto nos reunirmos na igreja, pra lembrarmos uns aos outros que "não devemos ser como o mundo", tendo como premissas o "não cortar o cabelo como o mundo", "não vestir roupas do mundo" e "não ouvir música do mundo" então de nada serviremos, senão para sermos "jogados no chão e pisados pelos homens" . O sal no saleiro não tempera com sabor de vida o mundo, tampouco luz debaixo da mesa ilumina a casa.

Estoque 1 kilo de sal por 10 anos, depois o use para temperar "aquela" Picanha maturada. Não me chame pra comer, não gosto de carne sem sabor....rs

Seu servo inútil,

Jonathas Chagas

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Um ínicio que pode também ser um fim...

Hoje em dia todo mundo é "blogger" (escrevi certo!?).

Estive pensando em escrever todos os dias, daí a primeira questão me veio a mente; Jonathas, escrever pra quem!?Alguém lerá isto!?Porque se interessariam por lêr!? Sei lá, digo eu "pra mim eu mesmo".

Hoje cedo me ocorreu que meu prazer pela escrita não está diretamente ligado ao fato de que alguém lerá, simplesmente porque ninguém lerá mesmo..rs

Se o meu prazer por escrever fosse dependente do favor de alguém ler o meu escrito, então este prazer estaria em ser lido e não simplesmente em escrever, como alguém que pinta um quadro para nunca pendurar na parede de uma galeria de arte e mesmo assim encontra motivação para continuar pintando. (não que meus escritos sejam obras dignas de exposição...rs).

Farei como aquele homem que compelido por Deus pregou para uma pedra à beira do caminho, sem saber que lá havia outro por de trás da pedra, ouvindo.

Encerro por aqui a discussão sobre escrever "pra ninguém ler". Deus o sabe.

Escreverei de acordo com a demanda do coração, pode ser todos os dias, pode ser toda hora, pode ser de vez em quando, pode ser de vez em nunca ou esta pode ser minha última postagem.

Poxa, se esta fosse minha última postagem, eu escreveria algo importante, alguma coisa que fosse de fato marcar a vida de quem estivesse lendo.

Então minha derradeira frase seria;

Amor.

Pequena demais!? Pois é...tente então vivê-la.


Graça, Paz e muito amor!

Jonathas Chagas
Um cristão maltrapilho